NÚMERO DE MULHERES MOTOCICLISTAS AUMENTA MAIS DE 95% NOS ÚLTIMOS ANOS
Publicado em: 08/03/2021

Em nove anos, houve um aumento de 95,7% de mulheres que optam por esse transporte

 

 

A motocicleta vem ganhando cada vez mais espaço entre as mulheres no cenário da mobilidade no Brasil. De acordo com dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), analisados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, até novembro do ano passado havia 7.833.121 mulheres habilitadas para esse tipo de veículo no país. Esse número representa um salto de 95,7% na comparação com 2011, quando elas somavam 4.002.094 de carteiras de habilitação na categoria A.

 

 

De 2017 para cá, o aumento foi bastante expressivo: mais de 985 mil mulheres tiveram a licença para pilotar motocicletas. Os motivos estão entre a facilidade de locomoção entre a residência e o trabalho, bem como a oportunidade de fazer renda extra com aplicativos de entrega.

 

 

“Antes eu usava a motocicleta como meio de locomoção de casa para o trabalho. Com as medidas de isolamento social, o restaurante em que eu trabalhava fechou e tive que sair à procura de algo para garantir meu sustento”, afirma Mikhaele Macedo Vieira.

 

 

Hoje ela trabalha com aplicativos de entrega e afirma que não trocará mais de profissão. “Nosso trabalho foi reconhecido e valorizado. Isso é gratificante. As pessoas agradecem por eu levar comida ou documentos até elas e permitir que fiquem seguras em suas casas”, enfatiza.

 

 

O significativo aumento de mulheres que adotaram as motocicletas como meio de locomoção, também influenciou da criação de grupos e redes de apoio entre as mesmas. Karla Carvalho motociclista desde 2015 criou no ano passado, junto com três amigas, o grupo de WhatsApp Mulheres no Asfalto. O objetivo é ajudar aquelas que começaram a trabalhar nos serviços de entrega durante a pandemia.  “Trocamos informações, principalmente sobre segurança e a importância do uso de equipamentos de proteção para garantir a integridade física”, explica.

 

 

Vanda Lopes da Silva circula pelas ruas e avenidas da capital paulista há mais tempo. Vanda trabalha com serviços de entrega desde 2002, quando conquistou uma vaga numa empresa formada somente por homens. “Éramos 43 pessoas e eu era a única mulher. No primeiro mês, bati a meta de entregas. Com isso, fui conquistando o respeito de todos e o meu espaço”, relembra Vanda.

 

 

A motogirl é a prova de que motociclistas mulheres acima dos 40 anos também ganharam espaço nas ruas das cidades. Segundo dados do Denatran, houve aumento de 50,4% no número de habilitações de mulheres entre 26 e 30 anos, nos últimos nove anos. Já o grupo com idades de 41 a 50 anos, que registrou crescimento de 169,4% nos últimos nove anos, passando de 574.233 em 2011, para 1.546.799 em novembro de 2020.

 

 

Ainda de acordo com levantamento do órgão de trânsito, o aumento mais expressivo de mulheres com carteira de habilitação na categoria A está na faixa acima de 60 anos. Em 2011, elas eram 23.646 e em novembro do ano passado passaram a 147.460, o que representa uma alta de 523,6%.